Num estudo sobre os salários de recém licenciados em direito numa universidade de prestigio nos EUA, descobriu-se que os homens ganhavam cerca de 17% mais do que as mulheres. Uma realidade chocante, logo à saída da universidade. Tendemos pensar no preconceito dos decisores acerca das diferenças de capacidade entre géneros. No entanto, ainda que sedutora, essa explicação não justifica a diferença na totalidade.
Quando se analisou as primeiras propostas oferecidas aos recém-licenciados não foram encontradas diferenças entre géneros. Então o que se passou entre este ponto e os 17% de diferença?
Os homens negociaram muito mais vezes os valores das propostas iniciais do que as mulheres.
Então a culpa é das mulheres? Não. Há um fator de expetativa social, um estereotipo, sobre o comportamento que dita que as mulheres se devam conformar.
O preço a pagar por negociarem e quebrarem o estereotipo, é serem rotuladas negativamente como sendo frias, agressivas e pouco femininas. Por outro lado, os homens são valorizados por não aceitarem as ofertas iniciais e negociarem.
As demonstrações de força nos homens são premiadas e nas mulheres castigadas, o que acaba por explicar muito mais do que as diferenças nos salários.