Os 9 Pecados do Coach Superestrela

by | Coaching, Desenvolvimento Pessoal

Por vezes encontro coachs que, para terem maior impacto junto dos seus clientes, usam abordagens que não considero as melhores. Usam uma linguagem super afirmativa, de promessa de resultados e mudanças de vida radicais, normalmente, sem necessidade de esforço. Projetam a sua própria imagem de sucesso como um exemplo do que podem fazer pelo seu cliente e falam da ausência de limites e do infinito de possibilidades, como se fosse uma questão trivial. Comportam-se como superestrelas, acreditando que essa imagem de sucesso é fundamental para convencer os seus clientes.

A atitude de um coach, tal como qualquer profissional numa área das relações de ajuda, é fundamental para a forma como vai decorrer o processo. Por esse motivo, chamo a atenção para um conjunto de comportamentos, típicos destas superestrelas, que podem ser altamente prejudiciais a um bom trabalho na área do coaching.

  1. Prometer mais do que pode dar.

Resultados 100% garantidos, vi num anúncio de Facebook. Estamos a falar de comportamento humano, logo, ninguém pode prometer nada a 100%. Criar uma expetativa errada é um mau primeiro passo.

  1. Colocar muita importância numa técnica.

Quando toda a intervenção depende da utilização de uma técnica, predefinida, mesmo antes de se conhecer o cliente, passa uma mensagem que as pessoas são todas iguais. Funcionam todas da mesma maneira. Uma técnica que serve a todos.

A escolha de uma técnica deve resultar de uma avaliação do cliente e do contexto e mesmo a aplicação tem de ser feita à medida das potencialidades e das necessidades do cliente.

  1. Descrever o processo de forma linear

Não existe nada de linear num processo de coaching. Muitas vezes antes de se aproximar dos objetivos, o cliente afasta-se e fica mais insatisfeito. Só mais tarde é que os resultados aparecem, depois de avanços, retrocessos e mesmo períodos de estagnação. Criar a expetativa errada só vai dificultar mais as coisas.

  1. Posicionar-se como um especialista na área técnica do cliente

Quando o coach vende os seus serviços com o argumento do seu sucesso pessoal em vendas, liderança, ou outra área qualquer, surge logo a dúvida se estamos a falar de coaching ou mentoria. Não há nada de errado na mentoria, simplesmente não é coaching. Quando o objetivo é mudança de comportamento, a posição do coach perante o cliente deve ser ao mesmo nivel, e não como autoridade técnica.

  1. Fazer escolhas pelo cliente

Seja por considerar que seria o melhor para o cliente, seja a pedido deste, o coach deve abster-se de tomar decisões, influenciar neste ou naquele sentido ou tentar direcionar o cliente. A função do coach é ajudar o cliente a descobrir e fazer o seu caminho.

  1. Ser o referencial do processo

Usar os sucessos pessoais da vida do coach como referencial para o desempenho do cliente pode ajudar, mas também pode ser altamente prejudicial. O cliente deve ser apoiado a partir dos seus potenciais, das suas capacidades e das suas circunstâncias. Comparações pouco cuidadosas normalmente só servem para valorizar o coach.

  1. Ser o protagonista do processo

No final de um percurso de coaching, quanto menos noção o meu cliente tiver da minha intervenção, melhor foi o meu trabalho. Significa que foi ele que encontrou a resposta, o caminho e teve a energia para mudar. Não o coach. O contágio não é uma forma de motivação e a atitude manipuladora de “empurrar” o cliente para a ação retiram-lhe a autonomia e reduzem a durabilidade dos resultados. O que acontecer resultará da vontade e motivação do coach e não do cliente. Os resultados assim não são duradouros.

  1. Não trabalhar a autonomia

Fica implícito no ponto anterior que a abordagem Superestrela do coach promove a dependência. Quando o cliente enfrentar novos desafios, vai necessitar novamente de quem dê respostas, de quem indique o caminho. A nossa função é trabalhar para deixarmos de ser necessários e potenciar a autonomia dos nossos clientes.

  1. Culpar o cliente

Uma superestrela não falha. Quando o processo não atinge os resultados pretendidos, quem é que julga que será o responsável? O cliente, obviamente. Porque não estava motivado, porque não estava disponível para fazer o que era necessário, porque no fundo não desejava o suficiente, porque há pessoas que nunca vão chegar a lado nenhum …

Quando corre bem, o mérito é da superestrela, quando corre mal, a responsabilidade é do cliente.

Realmente em comportamento humano, não se pode garantir nada à partida, mas posso abrir uma exceção. Quando encontrar um coach assim, posso garantir a 100% que a prioridade não é ajuda-lo da melhor forma.

Artigos relacionados

EVENTOS e Formações

Próximos Eventos:

[add_eventon event_type=”22,24″]

Workshops e Formações com inscrições abertas:

[add_eventon_list event_type=”36″ hide_month_headers=”yes” tiles=”no” hide_end_time=”yes” ]